A liturgia ilumina o agir cristão no cotidiano, afirma dom Hernaldo Farias na abertura do 15º ENAAS

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O 15º Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra (ENAAS) foi aberto na tarde de segunda-feira, 2, com o tema “Espaço Litúrgico e Piedade Popular”. O evento segue até o dia 6 de junho, no Centro Pastoral Dom Fernando, em Goiânia (GO). A conferência de abertura foi proferida por dom Hernaldo Pinto Farias, bispo de Bonfim (BA) e presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O prelado falou sobre a relação entre liturgia e piedade popular, destacando que, embora haja distinções conceituais, a opção do encontro foi adotar o termo “piedade popular” como sinônimo de “religiosidade popular”.

Dom Hernaldo alertou sobre os riscos de interpretações extremas: “Há uma tendência a leituras que promovem um liturgicismo desencarnado, excluindo qualquer relação com a piedade popular, ou, em sentido oposto, um populismo que incorpora à liturgia elementos que não lhe são próprios”, refletiu.

Segundo ele, é fundamental reconhecer que há uma relação entre liturgia e vida, pois além da catequese e dos processos formativos, é a liturgia que ilumina o agir cristão no cotidiano.

Ele reforçou que a liturgia não pode ser reduzida a um componente meramente estético ou funcional.

“Como fonte da vida cristã, a sagrada liturgia jamais poderá ser vista apenas como uma realidade estética ou um instrumento com finalidades pedagógicas ou ecumênicas. É na liturgia que a comunidade de fé professa sua crença, guiada pelo Espírito”, completou.

Esteve na mesa de abertura do encontro o arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente da CNBB, dom João Justino de Medeiros Silva, anfitrião do evento. Ele partilhou a alegria em receber o evento:

“Dois anos atrás, tivemos a ousadia de convidá-los, em Brasília, para que viessem à nossa Arquidiocese. Foi uma alegria receber a resposta positiva e, desde então, estabelecemos uma integração muito frutífera com a nossa Pontifícia Universidade Católica de Goiás, na preparação e execução deste encontro”, afirmou.

Também participou da mesa de abertura a coordenadora geral do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Elisa Machado Taveira, que lembrou da longa parceria do órgão público com a Igreja Católica, destacando que 85% dos bens tombados pelo instituto são vinculados à Igreja, e da colaboração mútua e produtiva no acordo de cooperação técnica estabelecido com a CNBB em 2021.

“Estar aqui neste encontro é uma forma de consolidarmos essas parcerias. Além dos bens materiais, temos também o reconhecimento do patrimônio imaterial, que inclui manifestações e ações que dão vida aos nossos bens e igrejas”, ressaltou.

O ENAAS reúne 330 participantes, entre arquitetos, artistas sacros, liturgistas, religiosos, seminaristas, estudantes e agentes de pastoral de todo o país.

É uma realização da CNBB, por meio da Comissão Episcopal para a Liturgia – Setor Espaço Litúrgico, este ano em parceria com a Arquidiocese de Goiânia, PUC-Goiás, Santuário do Divino Pai Eterno e ASLI (Associação dos Liturgistas do Brasil).

Por Luiz Lopes Jr com informações e fotos de PUC Goiás

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